terça-feira, 16 de outubro de 2007

Perfis

Edgar fareja

Rachel Koerich

No colégio Mendel Villas não há espaço para pilantragens. Apelidado carinhosamente de cachorrão, o inspetor Edgard Figueiredo Filho, 65 anos, um homem baixo, carrancudo, de cabelos brancos e possuidor de um bigode que faria inveja a Hitler, numa batalha diária, sob a desculpa de “estar mantendo a ordem”, se dedica à perseguição de jovens delinqüentes no colégio Mendel, situado em Villas do Atlântico (Lauro de Freitas).
Nascido em Vitória (ES), cachorrão foi criado numa casa repleta de mulheres, apenas. Seu pai, militar de alto escalão, conhecido por todos ou como “uma rocha” ou como “mulherengo”, havia falecido, durante a sua gestação, de tuberculose. Para a “Dona Cidinha”, de quem Edgar fala com enorme respeito e lágrimas nos olhos, ficou a nobre tarefa de criar os três filhos, ele e suas duas irmãs mais velhas.
A presença feminina não serviu para amaciá-lo: “Um cara como eu, que vivia rodeado de mulheres, tinha que se policiar um pouco, ninguém ia me chamar de maricas!”.
Durante a sua juventude, em que esteve em um colégio militar, o caçula sempre seguiu uma postura muito firme diante de seus colegas, alguns diriam que até “firme demais”. Sempre membro de uma gangue, Edgar e seus colegas, carrancudos como ele, aterrorizavam os magricelas e frágeis; por ora lhes propiciando humilhações públicas que envolviam cascudos, ou levantamento de cuecas e por outras, enfiando o dedo nariz e colocando em cima dos maiores bifes do almoço.
No setor amoroso, nunca teve muito sucesso. Nos vestiários femininos, em narrativas coléricas, se referiam a ele como “brutamontes”, “vilão” e até, nos casos mais drásticos, como “assassino”.
Um dia Edgar se viu apaixonado e, se arrepende: “uma única vez, pra nunca mais!”. O bruto Edgar de um dia pro outro passou a usar colônia, gel nos cabelos, sapatos bem encerados e esporadicamente colhia flores no jardim do internato que acompanhadas por um cartão, com dizeres primitivos e brutos como ele, tinham a intenção de impressionar a sua amada. Queria conquistar a bela Darcy (mais lágrimas nos olhos), uma menina morena, alta, esbelta, bochechas coradas, conhecida por todos pela sua bondade e pelo constante apoio aos fracos e oprimidos.
Sua Primeira Derrota; Darcy o repudiava e, no mais, estava apaixonada por um jovem poeta, tímido e magricela. O dedo no nariz não resolveria a disputa desta vez.
Edgar tentou seguir a carreira militar, mas não obteve muito sucesso, sempre esteve em uma posição desprivilegiada e ainda por cima era mal remunerado: “dava pra sobreviver”. Acabou se casando com Dona Paula, com que teve um casal de filhos e vive até hoje “não era a Darcyzinha, mas dava pro gasto”.
Hoje, aposentado, trabalha como fiscal no colégio Mendel. Andando de um lado pro outro, como numa marcha militar, carregando, sem exageros, um chicote (apenas terrorismo) “serve pra colocar aqueles desordeiros, vândalos, meliantes na linha!”, Edgar procura se redimir de todas as suas injustiças do passado, protegendo firmemente os desfavorecidos e vítimas de agressões, dando aos “trombadinhas” o tratamento que merecem.


Uma história de luta e perserverança

Aricelma Araújo

Dizem sempre, que toda mãe quer o melhor para seu filho. Que todas elas, cuidam, protege, zela, dar carinho, conselhos, abraços, chora, dar risada, se emociona com eles, enfim cumpre seu papel.
Dona Ivete, 62 anos, morena clara, cabelos pretos, de estatura média, moradora de uma cidadezinha do interior da Bahia, chamada Varzedo, de aproximadamente oito mil habitantes, não é diferente. Está sempre cumprindo a missão que deus lhe deu: Cuidando sempre dos seus nove filhos. É uma mãe exemplar, que qualquer filho gostaria de tê-la. Está sempre com seu manto cobrindo todos que à cerca, protegendo, aconselhando, apoiando, incentivando em suas decisões. Nunca está cansada para nada, atende, escuta os anseios, os desejos, as frustrações dos filhos. Para ela todos são iguais, nenhum deles é diferente, como diz sempre: “Amo todos do mesmo jeito. São todos ainda, as minhas crianças”. Repete sempre estas palavras quando seus três filhos que mora em Salvador ligam ou quando os que estão do seu lado fica carente.
Em Varzedo todos a conhecem devido sua história de vida. História de sonhos luta perseverança, determinação e conquistas. Quase toda a população a conhece, e quem ainda não, concerteza já ouviu falar o seu nome pela cidade.
Perdeu seus pais ainda quando criança, mas mesmo assim não deixou que a vida lhe desse um destino triste. Buscou no trabalho forças para continuar vivendo, para esquecer a dor da perda de seus heróis, como sempre diz a seus filhos hoje. Viu que através do trabalho, a vida poderia ter novamente sentido. Daí então, aos 17 anos conheceu um homem com quem casou-se e que lhe fez ver a vida de forma diferente. Seu casamento com Adiel Moura, está a completar 45 anos no corrente ano. A união entre o casal não podia ser diferente, sempre cheia de muito amor, isso perpetuou até hoje e acredita ela, este sentimento seguirá até os seus últimos dias de vida.
Sonhadora, batalhadora, não desiste nunca de seus sonhos, corre sempre atrás do que quer. Busca sempre solução para seus problemas, mesmo onde acha não ter. Sempre idealizando algo, faz com que todos os filhos sonhem com ela. Sempre pregando. “Não há vitória sem luta”, conseguiu fazer de seus filhos pessoas determinadas, que buscam com garra o que quer.
É de fato uma pessoa especial, que conseguiu dar a seus filhos o que a vida não lhe deu. Sempre buscando dar carinho, amor, atenção, incentivo, conselhos a todos, lhe fez ser para eles um exemplo de ser humano. Reconhece ela, ser uma mãe que está sempre buscando o melhor para seus filhos. Quem já teve o prazer de lhe conhecer, reconhece isso e faz questão de mencionar. O que a deixa mais triste é a saudade que sente dos filhos que moram distante, as desigualdades sociais e a falta de paz no mundo.
Nas horas de tristezas, procura fazer as coisas que mais ama. Cuida das plantas, ouve músicas, visita os amigos e vizinhos e vai para cozinha fazer os pratos prediletos para aqueles que já estão à chegar do trabalho.
O que lhe stressa de verdade, é quando alguém mexe com seus filhos. Ela fica realmente uma fera, perde completamente a noção das coisas e quer logo resolver o problema de seu jeito.
Todos dizem na cidade: “Ivete, defende os filhos, com unhas e dentes. Uma mãe como essa é difícil achar”. Todos ali, reconhecem que ela faz o que pode por todos eles.
Um pouco teimosa, como ela mesma reconhece, está sempre às escondidas, comendo as coisas que não pode, devido o problema de hipertensão que sofre. Não leva muito a sério as reclamações dos filhos. Sempre deixando-os preocupados. “Eu sei me cuidar gente. Na hora que eu quiser eu tomo o remédio. Deixem de agonia comigo”. E assim vai levando a vida.
Debaixo de troncos e barrancos, não se deixa abater por nada, é de fato uma guerreira. Uma heroína. É alguém que possui uma história que de fato caberia dentro de um livro e emocionaria todos que a lessem. Enfim, quem a conhece sabe muito bem, não existem palavras suficientes para definir o grande ser humano que é.




Duas Caras

Priscila Bastos


Uma menina muito bonita, Paloma Bastos, estudante de Psicologia das Faculdades Jorge Amado, é muito meiga e sensível. Ela se estressa com as coisas e logo fica emburrada, mas o que por sinal é muito engraçado.
Atualmente ela tem ficado muito estressada com a faculdade, acha que estão sendo muitos trabalhos ao mesmo tempo, assim fica logo doente, ela mesma diz: “Eu somatiso tudo”.
“Não estou estudando muito, vai Priscila fazer a prova pra mim”, falava ela para sua irmã. Ela cobra muito de si mesma.
Quando foi fazer a sua prova teórica no DETRAN ela passou por um imenso constrangimento. Chegou um pouco apreensiva no local, pegou a sua senha e ficou aguardando, até que foi chamada.
Quando entrou na sala onde iria realizar a prova, entregou o seu CPF, identidade, renach, em fim, todos os documentos que favorecem a burocracia. Passou por este atendente, quando foi para o segundo colocar a sua assinatura em uma lista, logo começou o drama. O rapaz olhou para ela de cima a baixo e deu uma risadinha irônica, ela sem entender aguardou o que ele ia dizer, já estava ansiosa para sentar no computador e fazer logo a prova. Aí então o rapaz disse que ela não podia fazer a prova, já tinha feito no dia anterior, agora foi a vez de Paloma dá uma risadinha irônica para ele. Ela explicou que tem uma irmã gêmea e que esta tinha feito a prova no dia anterior.
Ele não acreditou de imediato, olhou novamente os documentos e não queria mesmo deixá-la fazer a prova, até que Paloma disse para ele conferir logo a digital, depois disso o rapaz se não acreditou foi obrigado a se conformar.
Finalmente ela pôde sentar e fazer a sua prova, não muito calmamente, pois o rapaz sempre dava uma olhadinha para ela e Paloma que estava nervosa a esta altura estava em crise.
Diante de tal situação, que não foi a primeira nem a última Paloma chegou a casa dando muita risada e contando o acontecido.
Apesar de ser risonha, também leva muito a sério o que as pessoas lhe dizem, é o tipo de pessoa que temos de ter o maior cuidado para não magoar.
Na fase em que se encontra, 3° semestre do curso dos seus sonhos, ela tem aplicado tudo o que aprende para a sua família, se alguém comenta sobre algum distúrbio, lá vem ela com mil explicações, tudo tem causa e tratamento.
Para quem tem a honra de conviver com esta menina se encanta com o seu jeito alegre, melancólico e dramático. Paloma audaciosa sabe muito bem como utilizar o seu melodrama a seu favor, com carinha de desamparada acaba convencendo a todos que o que ela quer é o melhor para o momento e acaba conseguindo.
Ela gosta muito de tirar fotos, na sua infância não muito, mas hoje se junta com a sua irmã e são muitos flashes.
Com o seu jeito dicotômico ela é o ser humano de carne e osso, não usa mascaras, chora e dar risada sem medo de ser feliz.



Salgados Lucrativos

Vanessa Moraes

Todos os dias Rose chega cedo a um cursinho localizado no centro da cidade de Salvador onde fica seu ponto de venda de salgados. Trabalhadora desde de cedo ela não reclama da vida que tem, vende salgados com suco ou refrigerante não só para os pré-universitários do cursinho, mas também para as pessoas que circulam pela cidade.
Conhecida como “ a tia do salgado”, Rose é uma mulher de 52 anos e com três filhos e com uma felicidade estampada no rosto,nunca pensava que poderia dá uma vida estável aos filhos, estava separada do marido e desempregada, porque largou o emprego para cuidar dos filhos quando menores e não mais conseguiu,teve que tirar seus filhos do colégio particular. Mas veio a idéia de vender salgados em um colégio,logo viu que não traria muito lucro.Depois de alguns anos quando seu filho mais velho estava perto de prestar vestibular, foi trabalhar na porta de alguns cursinhos da cidade,conheceu muita gente que parava para comprar seus lanches, era famosa dentro e fora dos cursos. Conseguiu um pouco de estabilidade financeira e assim dá uma vida digna aos filhos, uma das sua maiores alegrias foi colocar seu filho em uma faculdade de medicina que tanto queria e poder pagar com o dinheiro da venda dos lanches e algumas ajudas.



O homem do século 21

Jordan Mendes

Nascido na pequena cidade de Ibirataia, no interior da Bahia, casado a 25 anos e pai de dois filhos, Gidel sai de segunda a sexta de manhã bem cedo rumo ao destino que percorre a trinta anos.
Cabelos grisalhos, bigode imponente, durante a semana ele mantém a seriedade. A preocupação com o trabalho é constante. A dedicação intensa. Permanece na empresa durante todo o dia. Chega às 7hs e sai às 16hs. Quando retorna ao lar, toma um café e abre o laptop. É incrível como consegue assistir os noticiários e trabalhar simultaneamente. É literalmente o homem-modelo do século 21.
Sexta-feira à noite é o momento de relaxamento. O boteco da rua é o destino, onde ele conversa com os amigos sobre os mesmos assuntos e faz as mesmas brincadeiras. Sábado é o dia do “baba”. Na sacola vão todos os acessórios: chuteiras, caneleiras, short, camisa, meião. Sente-se um verdadeiro profissional. Depois do “baba” acontece a resenha entre os amigos, regada a cerveja. Já no domingo a preferência são os filmes e os jogos televisionados, essa segunda opção muito criticada pela patroa.
Quase aposentado, quando perguntado sobre o futuro diz que vai fazer uma faculdade, de matemática ou física, e que depois de formado vai lecionar. Sem dúvida, esse incansável homem de 53 anos, vai ter muita coisa pra ensinar.




Fazendo graça com a vida

Priscila Rodrigues

Cabelo bagunçado, olhos profundos, boca grande e carnuda de sorriso sempre presente, músculos bem definidos por causa da intensa malhação, alguns dizem que ela tem cara de maluca, mas ela faz de propósito. Seu hobby é animar! Por onde ela passa contagia. Adileide não é uma pessoa comum. Não só o seu nome não é comum e acho que é único, já que foi fruto de uma invenção de seu pai, mas ela toda é única, com toda sua alegria e loucura. São 45 anos que ela vive de uma maneira feliz, feliz até o extremo. Marido, dois filhos, uma de 24 e um de 20, dona de casa normal, se não fosse a seu bom humor.
Infância no interior da Bahia, cidadezinha do sertão de nome Euclides da Cunha. Sua família não era rica, nem um pouco, mas não passava necessidades. Seu pai tinha um bar e sua mãe uma barraquinha na feira. Ela própria na sua adolescência tinha a sua barraquinha de cocada na feira. Ajudar a mãe e seus 8 irmãos era rotina.
Hoje, sua vida não é nada especial e também é presa à rotina. Almoço, filhos, limpeza, TV, marido, roupa, janta, e academia. Academia é a palavra chave em sua vida e onde ela despeja toda a sua alegria. Ao chegar na Well, academia onde malha, ela já começa a contagiar os coleguinhas. Boa tarde animado, sustos, muitos gritos e perturbação durantes as aulas de ginástica são suas especialidades. Por conta disso muitos professores a admiram e pensam que ela é presença essencial durante suas aulas, já que anima e deixa o clima menos tenso e obrigatório, como é a atmosfera de uma academia.
Conhece todos e aqueles que entraram a pouco tempo têm que se acostumar com seu jeito despojado e intrometido de ser. Há ,é claro, aqueles que se sentem invadidos quando ela já chega perguntando como vai e qual seu motivo real para se entregar a malhação e também há a grande maioria, aqueles que se acostumaram ou gostam da presença chamativa e contagiante de Adileide.
A cara de maluca vem das caretas que ela faz. Caretas engraçadas e bem feias mas todas tem um elo de bom humor presente. Elas servem nos momentos de esforço, descontração e quando ela quer abusar os que não gostam dela.
“Sobe no jegue meu povo!!”, é uma de suas frases gritadas durante as aulas de Spinning (aula onde todo estão em cima de bicicletas ergométricas especialmente ajustadas para simulação de subidas em ladeiras e acelerações intensas) e os professores já adotaram sua frases e também o jeito descontraído de dar aulas.
Sua fama é tanta que em seu último aniversário os alunos, professores, funcionários e o próprio dono da academia se juntaram e fizeram camisas personalizadas e festa para ela na própria academia. Seu presente foi um mês grátis de malhação! Muito emocionada ela contava para todos da família o feito como se fosse uma das melhores coisas que aconteceu com ela. Para ela que tem uma vida cheia de dificuldades como outras tantas pessoas nesse mundo, não caberia falar a sua história de luta e sofrimento mas sim, a sua história de superação e alegria. Todos os dias ela supera os obstáculos da vida contagiando a todos com seu bom humor quase inabalável. Como qualquer um ela também vive momentos tristes, mas na academia eles simplesmente não existem!




Mais uma história de amor

Liz Silveira

Sentada na beira do mar, Sandra o esperava. Coitada, mal sabia que ele não iria ao seu encontro. As horas passavam e a jovem de 23 anos, se desmanchava em lágrimas. Pobre moça bonita dos olhos de mel, jamais sofrera assim. Na praia, mais parece uma sereia. Cabelos ao vento, sorriso assanhado, um jeito moleca e o andar engraçado.
Tribalista no seu jeito de ser, sempre esmagou corações, com exceção de um: O de um homem meio mal. Aquele que a fez chorar e perder a cabeça em cada instante ao seu lado. Sandra apaixonou-se perdidamente, fez e refez sonhos, desmanchou-se em alegria cada noite e cada dia. “Jamais perdi minha cabeça desta forma, que erro! Que burra que sou!” exclamou.
O homem mal era um belo e alto grisalho de 30 anos, médico e músico. Muito bonito e sensual, por acaso.
Sandra é uma gaúcha criada na Bahia, ela nasceu em 03 de dezembro de 1983. Sempre muito dedicada, formou-se em direito e mudou-se para Florianópolis para exercer a profissão de advogada. Talvez, numa tentativa desesperada de esquecer aquele que um dia tanto a fez chorar.
Quanta maldade, iludir um pobre coração amando outra pessoa. Quem este homem pensa que é? E de que adianta tanta beleza quanto à da jovem Sandra, se a paixão sentida pelo seu amado foi tão repentina e frágil a ponto de se acabar em apenas um mês?
“Não adianta me lamentar, bola pra frente”, pensou. Não era justo deixar tanto brilho se ofuscar, era muito talento e beleza para uma pessoa só, mas, nem tudo é perfeito. E o seu erro foi se entregar.
Um ano se passou, ela se acostumou com a nova vida e a rotina tomava todo o seu tempo, já não se ocupava tanto com motivos sentimentais. Estava tudo indo muito bem, nada como se tornar uma mulher bem sucedida num lugar lindo e evoluído. Tinha acabado de alugar um bom apartamento e o estava decorando, não saía muito além de alguns happy hours com os colegas de trabalho. Mas tudo bem, sua vida profissional era o que lhe interessava no momento. Até um dia...
De repente, em sua caixa de entrada do e-mail havia chegado uma mensagem pouco esperada e muito desejada. Era ele, o médico grisalho. Ele voltou a fazer contado! “E agora? O que faço? Respondo, guardo ou apago?” Desesperou-se a pensar.
Na mensagem dizia: “Olá moça bonita, como está? Tenho pensado muito em você, gostaria de lhe ver, posso ir ao seu encontro?” Nossa, seria muita cara de pau da parte dele?
Seguindo a regra de que as mulheres agem puramente com o coração, Sandra o respondeu e aceitou a visita. “Agi rápido, nestas horas é melhor não pensar”.
Enfim, o homem mal foi ao seu encontro. Envolveram-se em lindas noites de paixão e todas as estúpidas emoções da bela morena vieram à tona. O futuro é incerto, mas, “De que adianta tanta cautela se o que eu quero é ser feliz... Ao lado dele?” Pensou.A jovem advogada resolveu se entregar e desfrutar deste sentimento um tanto proibido pela razão, pois o futuro a Deus pertence.



O Anão Dunga

Ricardo Follador


Todos que chegam ao posto Esso, localizado no bairro de Jaguaribe, percebem a movimentação de um senhor de uns 70 anos correndo em direção aos carros para conseguir um trocado para tomar sua “cachaçinha do dia”. É o anão Dunga, morador à mais de vinte anos, e figura histórico do bairro, seu apelido ninguém sabe quem colocou, apenas que ele responde por esse codinome, conhecido pela sua baixa estatura, no máximo 1,40 m de altura, Aparenta uma idade mais avançada, mal vestido e com aspecto físico degradado, o anão Dunga vive de doações das pessoas do bairro . Sem casa própria, Dunga mora aos arredores do bairro, nas casas abandonas, em algum lugar onde possa estar próximo do posto. Vivendo de pequenos biscates, o anãozinho é conhecido de todos, alguns moradores da região o chamam para beber juntamente com eles, outros preferem apenas zombar com ele, o que não o deixa irritado, pois está sempre com os poucos dentes que tem para fora.
Acostumado com o emprego de “calibrador de pneus” do posto, emprego que ele se auto denominou, Dunga hoje vive um conflito, o equipamento que pertence ao posto, foi mudado, e o novo foi colocado em uma altura que o anão não alcança, causando problemas para ele, que tem dificuldades de alcançar, e já não agüenta mais o ritmo dos anos anteriores, já que já está numa idade avançada.
Apesar de todos essas dificuldades, Dunga parece estar contente com sua humilde vida, toma sua cachaça diariamente e bota o papa em dia das ocasiões que acontecem no bairro.



Isso é ridículo!!!!

Manoel Arthur


No primeiro contato pensei que fosse chata.Mas com o passar dos dias e com os trabalhos desenvolvidos para a faculdade pode perceber que minha opinião não passava de um preconceito.Assim com o passar do semestre pode perceber o quão era legal e prestativa minha colega Claudiana Silva.
Em nossas conversas corriqueiras sobre o curso e sobre nosso dia-a-dia essa técnica de enfermagem me mostrou ser uma guerreira.Trabalha á noite dando plantão no HGE(Hospital Geral do Estado), ás vezes vem direto do plantão para a faculdade.Queria ser médica mas poderia ser a Deusa do ébano do grupo Ilê Ayê por sua beleza. .Conversamos muito sobre nossa profissão, onde sempre eu falo: “porque você não faz enfermagem?”. Ela sempre me reponde que queria ser médica ao invés de enfermeira.
Sempre que faço um comentário ou coloco um apelido que ela não gosta, logo declara: “Isso é ridículo”.Sempre que estou reclamando da vida, me lembro do esforço que essa guerreira faz pra correr atrás dos seu objetivos.Claudiana ou Wanda ou Zileide é uma grande mulher e um grande exemplo de persistência e determinação.

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